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Os avanços no tratamento do câncer renal e a dificuldade de acesso no Brasil

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01/07/2019

 

O diagnóstico precoce é fundamental no combate ao câncer renal, pois a chance de cura nessa etapa pode ser superior a 90%. Porém, por ser assintomático em sua fase inicial, esse tipo de câncer é identificado tardiamente. No mês de junho comemora-se o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Rim e trazemos aqui alguns avanços importantes no tratamento da doença.

Em 2005, o tratamento desse tipo de câncer foi elevado a outro patamar em vários países do mundo, com terapias-alvo como o sunitinibe, aprovado há 12 anos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para utilização no Brasil. Em 2018, a Anvisa aprovou o cabozantinibe que, considerado para segunda linha de tratamento, mostrou ser mais potente do que outras opções similares frente ao câncer de rim metastático. Para se ter uma ideia, na pesquisa que embasou sua aprovação, ele garantiu uma queda de 52% no risco de progressão da doença em pacientes avançados que não haviam sido tratados antes, quando comparado ao sunitinibe.

E, mais recentemente, a combinação de imunoterapias também tem representado uma nova opção no tratamento efetivo do câncer de rim. No ano passado, por exemplo, foi aprovada, pelo FDA e pela Anvisa, a combinação de dois medicamentos imunoterápicos que levou a uma taxa de resposta superior a 40% para pacientes com carcinomas de células claras, o tipo mais comum de câncer renal- um resultado sem precedente na história do combate à doença. A utilização de nivolumabe associado a ipilimumabe propiciou taxas de resposta que saltaram de 27% com uso isolado de sunitinibe para 40% com essa combinação. 

O avanço é tão significativo que o Prêmio Nobel de Medicina de 2018 foi para os cientistas James Allison, do MD Anderson, dos Estados Unidos e Tasuku Honjo, da Universidade de Kyoto, no Japão, pela descoberta quanto ao papel das moléculas CTLA-4 e PD-1 no sistema imunológico, justamente as protagonistas da combinação de imunoterapias para câncer de rim.

Mas e o acesso?

Apesar desses avanços, uma questão importantíssima para o tratamento, não só desse tipo de câncer mas como de muitos outros, é o acesso.

De acordo com o Dr. Volney Soares Lima, Diretor da Sociadade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), o Brasil tem uma estimativa de mais de 6 mil novos casos de câncer de rim por ano e, apesar de não ser um dos tumores mais prevalentes em nosso país, 40% da população tem diagnóstico em fase tardia da doença, e o único tratamento que havia disponível é ineficaz e já não é utilizado há mais de uma década em vários países. “O interferon-alfa, até pouco tempo atrás o único tratamento disponível para nossa população, não estava associado à melhora na sobrevida global e tampouco demonstrou evidências significativas de ganho de qualidade de vida e/ou alívio de sintomas, além de elevada toxicidade, posologia complexa, e taxas de resposta objetiva menores que 20%. O sunitinibe dobrou o tempo de sobrevida em comparação com esse medicamento, mas ainda não está disponível para todos”, afirma o especialista.

No Brasil, o sunitinibe passou a ser coberto pelos planos de saúde há aproximadamente quatro anos, ou seja, oito anos depois da aprovação de Anvisa. E foi aprovado para incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS) somente no fim do ano passado, por meio do pedido realizado pela SBOC. Já o cabozantinibe ainda não está disponível para uma parte considerável da população, pois ainda não foi incorporado ao rol da ANS e nem ao SUS.

Se a terapia-alvo, aprovada há tanto tempo, não está disponível para todos, a combinação de nivolumabe e ipilimumane , opção de tratamento com custo muito mais elevado, atinge um grupo ainda mais restrito e, até o momento, não é coberta pelos planos de saúde e muito menos pelo SUS.

De acordo com Dr. Sergio Simon, presidente da SBOC, além de promover atualização científica e de defender os direitos dos médicos, a entidade entende que também tem a missão de defender a boa prática clínica, que se traduz na autonomia de prescrever o que é melhor para o paciente. "Na área de oncologia temos enfrentado muitas dificuldades para a incorporação de medicamentos. Isso tem levado o Brasil a ter duas categorias de pacientes: SUS e privado, com uma disparidade enorme entre ambos. A evolução da saúde no Brasil é atrapalhada por decisões equivocadas", conclui Dr. Sergio Simon.

Fonte: SBOC

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