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Afinal, o que é imunoterapia? Entenda sua atuação no combate ao câncer

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20/01/2020

 

A imunoterapia é uma modalidade terapêutica que induz o combate das células cancerígenas pelo próprio sistema imunológico do organismo, agindo de forma distinta daquela promovida por qualquer outro tipo de tratamento oncológico.

Enquanto os mecanismos de ação contra o tumor oferecidos pela quimioterapia se baseiam em atacar as células tumorais diretamente, a imunoterapia auxilia o próprio sistema imunológico do paciente a identificar e combater o câncer. Ou seja, em vez de atuar diretamente contra o câncer, os remédios imunoterápicos auxiliam as defesas do corpo para que elas mesmas detectem e combatam a doença.

Entretanto, estimular o sistema imune é uma tarefa complexa e, embora as indicações de tratamentos imunoterápicos venham crescendo de forma significativa, o tratamento não consegue ser eficaz para todos. Por outro lado, nos casos em que o sistema imunológico adquire a capacidade de combater o câncer, o resultado pode ser muito expressivo e duradouro, devido ao fato de que o sistema passa a ter uma espécie de memória imunológica contra o tumor. 

Os principais tipos de imunoterapia usados hoje para combater o câncer são: anticorpos monoclonais, inibidores de pontos de verificação imunológica (ou inibidores de checkpoint), vacinas contra o câncer e agora uma modalidade mais complexa conhecida como terapia do receptor de antígeno quimérico de células T ("CAR T-Cells”).

A duração do tratamento da imunoterapia depende da eficácia do mesmo e da reação de cada paciente. Embora, na maioria das vezes, o tratamento imunoterápico seja melhor tolerado do que a quimioterapia, podem ocorrer fenômenos autoimunes, que demandam rápida identificação e abordagem pelo oncologista.

A imunoterapia representa, sim, uma revolução no tratamento contra o câncer, mas ainda há um longo caminho a seguir. Tendo em vista o custo elevado e o fato desse tratamento não ser eficaz para todos os pacientes oncológicos, pesquisas tentam definir quais seriam os melhores critérios para identificar aqueles mais propensos a terem boas respostas com essa modalidade de tratamento.

Carolina Martins Vieira
Oncologista do Hospital das Clínicas da UFMG e do Núcleo de Hematologia e Oncologia

Fonte: UAI

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