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Neuropsicóloga explica que esquecimento e dificuldades de atenção podem ser sequelas do câncer

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08/02/2018

 

As estatísticas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) demonstram que o câncer ocupa o segundo lugar no ranking das causas de morte no Brasil. O advento das pesquisas e novas tecnologias em saúde certamente tem possibilitado que muitos pacientes com diagnóstico de câncer alcancem a cura. Contudo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a incidência de câncer só vem aumentando: entre 2000 e 2015 ela cresceu em 31%. É por isto também que o mercado de medicamentos contra o câncer atingiu a marca de US$ 100 bilhões de faturamento por ano. A previsão do IMS (Institute for Healthcare Informatics) é de que, em 2018, esse número cresça quase 50%, chegando a US$ 147 bilhões.

Entretanto, muitos pacientes mesmo curados não conseguem retornar às atividades que praticavam antes do adoecimento. Estes pacientes vêm reclamando nos consultórios de lapsos de memória, desatenção e períodos de confusão. Vale lembrar que os pacientes não apresentavam estes problemas antes do câncer.

Em recente pesquisa realizada no Hospital São Paulo durante sua residência em neurologia e neurocirurgia, a neuropsicóloga Liane Bastos explica que estas queixas constituem um fenômeno chamado de "chemobrain”, que caracteriza o prejuízo cognitivo induzido pela quimioterapia. Ela explica que o chemobrain acontece em até 75% dos pacientes que sofrem de câncer de mama ou pulmão, submetidos a tratamentos quimioterápicos mesmo que sem metástase no Sistema Nervoso Central. Vale lembrar que o câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no mundo todo.

"Se o câncer do paciente não é de cérebro, então por que o paciente apresenta um sintoma neurocognitivo?” – questionou-se a neuropsicóloga. Ela explicou que: "Muitos agentes quimioterápicos conseguem lançar pequenas doses de quimioterapia no parênquima em virtude de um processo de alteração genética, provocando neurotoxicidade e podendo ocasionar sequelas cognitivas”. Conforme a pesquisa realizada pela profissional Liane Bastos, os principais prejuízos decorrentes do chemobrain são na tríade cognitiva: atenção, memória e funções executivas.

A neuropsicóloga orienta que o paciente oncológico que se submete à quimioterapia precisa ser acompanhado por um neuropsicólogo desde o momento do diagnóstico, para minimizar os prejuízos cognitivos que ele possa vir a ter após o tratamento e sua cura. Além disto, a especialista explicou que o prejuízo pode ser mais grave dependendo do nível de escolaridade do paciente.

"Muitos sintomas cognitivos decorrentes do chemobrain perduram por até 10 anos, o que dificulta o retorno do paciente ao trabalho, estudo e até mesmo a sua independência e autonomia nas atividades de vida diária. Acompanhar e prevenir são sempre as melhores alternativas” – explicou Dra. Liane Bastos.

O fenômeno do chemobrain recebeu especial atenção desde 2003, quando um grupo de pesquisadores do mundo todo se reuniu e formou a International Cognition and Cancer Task Force (ICCTF). No Brasil, contudo, ainda há pouco conhecimento, pesquisa e mesmo abordagem sobre o assunto. A pesquisa realizada pela neuropsicóloga é uma das poucas no país e visa impulsionar a compreensão desta temática, pois seu impacto no paciente pode ser devastador. "Quando o paciente de câncer alcança a cura, o que ele mais quer é poder retomar a sua vida, ter sua autonomia. É até uma forma de retomar sua autoestima. Quando ele apresenta as sequelas cognitivas decorrentes da quimioterapia, o chemobrain, a sua qualidade de vida diminui significativamente, o que pode levar o paciente até mesmo a uma depressão” – explica Dra. Liane Bastos.

Fonte: Exame

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