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Fisioterapia no Mieloma Múltiplo

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De todos os tipos de câncer o Mieloma Múltiplo (MM) representa 1% dos casos e dentro das neoplasias hematológicas é a segunda doença mais freqüente no mundo. O Mieloma Múltiplo (MM) caracteriza-se por expansão dos plasmócitos na medula óssea e produção de imunoglobulina monoclonal, promovendo progressivamente destruição óssea, falência renal, supressão hematopoiética e infecções. Os pacientes mais acometidos são do gênero masculino entre a sexta e sétima década de vida e a média de sobrevida é de três anos, porém há uma variação de prognóstico devido a atividade biológica do MM ser heterogênea e a depender dos fatores pré-doença do paciente.

Dor óssea é o sintoma mais comum do MM estando outras manifestações clínicas também relacionados a destruição óssea, como fratura iminente ou patológica, compressão de medula espinhal e hipercalcemia. Estas complicações são resultantes do aumento de atividades osteoclásticas, por ativação das células plasmocitárias malignas, levando a um desequilíbrio de reabsorção e formação óssea e conseqüentemente destruição do tecido.

Em casos de fratura patológica o tratamento ortopédico será instituído de acordo com a localização e a condição clínica do paciente. No fêmur, por exemplo, há consenso na literatura de que deve-se priorizar o tratamento cirúrgico, quando possível pois dão suporte da carga do peso corporal. Quando a extremidade proximal do fêmur é acometida por fraturas com comprometimento da cabeça ou colo, há indicação do tratamento cirúrgico com substituição por endopróteses não convencionais.

Estudos revelam que as fraturas patológicas decorrentes do MM são a maior causa de morbidade e mortalidade dos pacientes, sendo as do quadril frequente causa de queda na qualidade de vida e impacto de custos a sociedade. Assim, o objetivo principal do tratamento cirúrgico das fraturas patológicas é aliviar a dor e restabelecer, o mais rápido possível, a função do membro afetado, melhorando assim a qualidade de vida e a sobrevida do paciente.

O risco de uma fratura patológica é sempre uma preocupação aos profissionais que lidam com esses pacientes incluindo os fisioterapeutas, que por um lado tem interesse em aumentar a mobilidade e independência, mas por outro o receio de causar uma fratura patológica em pacientes com alterações ósseas decorrentes de neoplasias.
Em contrapartida, o repouso no leito pode gerar diversas complicações (fraqueza, encurtamento, fadiga oncológica, atrofia, osteoporose, hipotensão postural, pneumonia, eventos tromboembólicos entre outros), portanto, esse grupo de pacientes deve ser encorajado a realização de atividades durante o período de internação hospitalar pós-operatória, como saída precoce do leito, treino da marcha com descarga de peso conforme solicitação médica, fortalecimento muscular, orientações posturais e permanecer sentado sempre que possível.

Com os avanços dos ensaios clínicos, houve um importante reconhecimento dos efeitos benéficos do exercício físico para pacientes com câncer e há um crescente interesse em que sejam instituídos programas de reabilitação, para melhora não somente do desempenho físico, mas também pelo efeito positivo provocado sobre o aspecto psicológico e alivio da fadiga, um sintoma comum entre pacientes com Mieloma Múltiplo.

Ambulatorialmente o paciente com Mieloma Múltiplo deve ser incentivado a realização de um programa que vise a funcionalidade e retorno gradativo à suas atividades cotidianas, dando ênfase aos exercícios aeróbicos, como caminhadas, bicicleta ergométrica, sempre com atenção as suas condições clínicas e assim evolui para a prescrição de atividades de moderada intensidade com períodos de repouso.

Podemos concluir, que tratando-se de pacientes em pós-operatório e com risco eminente de novas fraturas, cabe ao fisioterapeuta criar alternativas para treinamento funcional ou desenvolvimento de técnicas para compensação, treinamento do uso de equipamentos de tecnologia assistiva e educação do paciente e seus familiares em relação as atividades de vida diária. Antes de iniciar qualquer processo de reabilitação, o fisioterapeuta deve estar atento ao estado geral do paciente, avaliando periodicamente os exames radiológicos e considerado os valores de plaquetas, hemoglobina e hematócrito para prescrição dos exercícios mais adequados.

Ana Paula Oliveira Santos
Crefito 133710- F
Especialista em Reabilitação Física, pela AACD.
Especialista em Fisioterapia Hospitalar e Oncológica, pelo Hospital do Câncer AC Camargo.
Coordenadora do Comitê de Fisioterapia da ABRALE (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia).
Fisioterapeuta da Secretaria Municipal de Saúde São Paulo.

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