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Impacto do tratamento oncológico na pele

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Com o avanço tecnológico e a dedicação a pesquisa dos tratamentos direcionados aos pacientes com câncer, observa-se um elevado índice de bom prognóstico e aumento da expectativa de vida. Desta forma, é cada vez mais comum, os relatos de impactos na pele decorrentes dos tratamentos e da própria patologia e, posteriormente impactos na estima destes pacientes.

Tanto a quimioterapia, como a radioterapia e os procedimentos cirúrgicos trazem impactos para pele e seus anexos. Estes, podem ser temporários, se estender para médio e longo prazo.

A retirada cirúrgica do tumor pode trazer sequelas locais que classificamos como estéticas e/ou funcionais. Podem surgir cicatrizes atróficas, cicatrizes hipertróficas, queloides, aderências cicatriciais, hiperpigmentação, fibroses, entre outros.

São comuns as reações cutâneas decorrentes de agentes quimioterápicos antineoplásicos. O principal mecanismo dos agentes é induzir a morte celular (de células proliferativas, sejam elas neoplásicas ou não), através da apoptose. Como pele, cabelos, unhas e mucosas constituem-se basicamente de células proliferativas, estas, sofrem grande impacto com este tratamento.

A radioterapia acarreta inúmeros efeitos sobre a pele, variando entre agudo (até seis meses após o início deste tratamento) ou crônico (após seis meses do início deste tratamento), leve, moderado ou grave. A classificação de leve moderado ou grave, está relacionada com a localização, extensão e/ou profundidade da lesão.

As complicações de pele a curto e médio prazo, são fatores  agravantes ou até mesmo limitantes para a continuidade do tratamento mas, é possível prevenir e/ou amenizar estes impactos no tecido tegumentar.

Os efeitos colaterais e/ou reações adversas dos tratamentos antineoplásicos acarretam importantes consequências na qualidade de vida dos pacientes, sendo assim, se faz necessário o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar.

Alguns estudos nos demonstram que as implicações com os antineoplásicos, principalmente quimioterapia e radioterapia podem ser agravadas e/ou desencadeadas por eles. Estes impactos, se fazem presentes em adultos e crianças.

Um estudo realizou uma pesquisa sobre os impactos dermatológicos e cosmiátricos nos pacientes em tratamento de câncer. Dentre as alterações dermatológicas e cosmiátricas em pacientes maiores de 16 anos que foram tratados com agentes antineoplásicos estão, eflúvio telógeno/anágeno, alopecia, xerose cutânea, radiodermite, queilite, linfedema, alteração da cor das unhas, dermatite pigmentar linear, prurido, eritema, queimadura pós radioterapia, alteração das mucosas, erisipela,  onicólise, rarefação de sobrancelhas, hipercromia pós quimioterapia. Neste mesmo grupo observou -se alterações dermatológicas e cosmiátricas que foram agravadas pelo tratamento como melasma, onicomicose, Tinha (pés, mãos e corpo), dermatite seborreica, cicatrizes, foliculite, hiperqueratose plantar, olheiras e psoríase.

Já dentre os pacientes menores de 16 anos, as alterações dermatológicas e cosmiátricas encontradas estão, xerose cutânea, eflúvio telógeno/anágeno e alopecia, prurido, hipercromia no local da cicatriz cirúrgica, eritema, dermatite seborreica e estrias. Como alterações dermatológicas e cosmiátricas agravadas pelo tratamento estão pitriase alba, olheiras acne e dermatite atópica.

Em ambos grupos, a alopecia é a primeira alteração estética ou cosmiátrica pontuada, seguida de xerose cutânea, alterações nas mucosas, eritema e prurido.

Um outro estudo, correlaciona as alterações de pele com a classe de quimioterápicos e desta forma, lista as alterações de pele mais comuns ligadas a cada classe de agentes antineoplásicos. Neste estudo, os autores corroboram com a ideia de que estas alterações são reversíveis com a diminuição da dose destes agentes antineoplásicos ou, aumento do intervalo entre as sessões. As alterações listadas neste estudo são alopecia, tricomegalia e anelamento dos cabelos, alterações ungueais, hidradenite écrina neutrofilica, eritema acral, erupção acneiforme, estomatite, mucosite, hiperpigmentação, inflamação de queratoses pré existentes, reações de hipersensibilidade, fotossensibilidade, edema periorbitário, síndrome mão- pé, eritema tóxico dos quimioterápicos, fotoalergia, fototoxicidade, melanose, urticária, prurido, vasculite, dermatite de contato alérgica, descamação, foliculite, hirsutismo, telangiectasia, psoríase e úlceras de perna.

As alterações dermatológicas e cosmiátricas ou estéticas podem ser prevenidas, amenizadas e /ou tratadas pré, peri e pós o tratamento de câncer.

Esta abordagem exige um amplo conhecimento de pele, dos fatores desencadeantes destas alterações, bem como os recursos a serem empregados de forma segura, eficaz e que não cause impacto ou interação com o tratamento realizado.

Podem ser utilizados recursos de eletroterapia, fototerapia e cosméticos específicos para estas peles, que se encontram fragilizadas e com muitas particularidades.

 

Dra. Paula França

- Pós graduanda em Oncologia - Oncofisio/Interfisio

- Pós graduada em Fisioterapia Dermato Funcional - CBES

- Especialização em Insuficiência Respiratória e Cardiovascular em UTI - AC Camargo Câncer Center

- Docente de graduação e pós graduação da Universidade Anhembi Morumbi

- Docente de diversos cursos de pós graduação pelo país

- Palestrante de Congressos e Eventos Científicos da Área

 

 

 

 

 

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